Qual é o papel do fisioterapeuta na reabilitação do paciente amputado?

Confira a resposta do Dr. Stenio, fisioterapeuta especializado em reabilitação para amputados. Quanto mais precoce o início do tratamento fisioterapêutico,…

Confira a resposta do Dr. Stenio, fisioterapeuta especializado em reabilitação para amputados.

Quanto mais precoce o início do tratamento fisioterapêutico, juntamente com a protetização, maior será seu potencial de sucesso na reabilitação.

A fisioterapia tem papel determinante na recuperação dos pacientes submetidos á amputação. Vai intervir tanto no pós-operatório imediato, através de orientações sobre o posicionamento correto no leito e a utilização de recursos para prevenção de deformidades anatômicas do coto (membro residual), redução de dores e mais tardiamente na reabilitação pré e pós protetização, ou seja, no antes e depois protetização.

Pré protetização:

O objetivo principal da pré protetização é te preparar para receber uma prótese (perna mecânica). Nessa etapa cuidaremos de você de forma global. Por isso, nos preocupamos com sua cicatrização, sensibilidade, higienização e cuidados com coto, com o enfaixamento compressivo correto, no fortalecimento muscular global, além de outras alterações causadas pela amputação, levando sempre em conta os achados da avaliação inicial.

Pós protetização:

A fase de reabilitação protética é o período que consiste no aprendizado e adaptação com os componentes protéticos, além de continuar com a maioria das condutas pré protetização, porém utilizando a prótese. O tratamento fisioterapêutico dará ênfase ao treino de marcha (caminhar), atividades do dia a dia em vários terrenos, sendo eles planos e inclinados com ou sem obstáculos, degraus e rampas, para que você esteja preparada e tenha conhecimento para essas atividades.

Orientações do nosso fisioterapeuta pós-prótese.

É preciso estar atento após a colocação da prótese

Tenha todo cuidado e previna complicações, principalmente se você possui alguma doença que pode reduzir a circulação ou diminuir a sensibilidade, como, por exemplo, doenças vasculares e diabetes, que podem causar riscos de infecção, lesões no coto ou até reamputação. Sempre retire sua prótese, procure por qualquer sinal de vermelhidão, bolhas, irritação e pontos dolorosos. Informe sempre o profissional que te acompanha. Caso perceba sua pele esquentando ou ficando irritada, remova sua prótese e deixe sua pele respirar. Caso não tenha melhora, procure ajuda especializada. Além disso, faça as manutenções periódicas na prótese e higienização do coto, da prótese e seus componentes.

Curiosidade: você sabia que a protetização pode diminuir a dor fantasma?

Pois é, a presença de dor fantasma parece ser um dos fatores limitantes da utilização das próteses, não é mesmo?

Mas segundo o fisioterapeuta, Dr. Stenio, existem estudos demonstrado que aqueles que usam a prótese mais do que 9h por dia apresentam menos dor fantasma. Uma possível justificação para que o uso de prótese diminuísse a dor fantasma seria a ativação de fibras sensitivas de grande diâmetro, que modulariam a transmissão dos impulsos nociceptivos a nível medular (gate control) e enviariam estímulos exteroceptivos e proprioceptivos para a neuromatrix que iriam repor o silêncio sensitivo gerado pelo membro amputado. Uma prótese funcional, que permite a realização de múltiplos movimentos e atividades, pode ser benéfica na medida em que limita a reorganização cortical, e desta forma diminui a dor e sensação fantasma.

Quer saber mais sobre esse assunto?

Sensação Fantasma: o que os olhos não veem, o cérebro sente?

O que é sensação fantasma e o motivo pelo qual eu sinto.

Pode-se definir como sensação do membro fantasma a experiência de possuir um membro ausente que se comporta similarmente ao membro real, assim como sensações de membro fantasma a vários tipos de sensações referidas ao membro ausente. A sensação da presença do membro ou do órgão após a sua retirada é descrita por quase todas as pessoas que sofreram uma amputação e muitas vezes vêm associadas a dor que varia em intensidade e duração de caso para caso.

A sensação de ter um membro fantasma é muito real. Muitos indivíduos relatam que, logo que perderam a perna, sentiram o impulso de sair da cama e andar, e acabaram caindo, outras pessoas com mãos fantasmas já tentaram, até mesmo, atender ao telefone.

Desse modo, o membro-fantasma pode ser entendido como a interação entre o que se detecta ao nível periférico (corpo) e o que se integra ao nível central (mente), sendo criada então, a aparência final do corpo no sistema nervoso. Como o ser humano está acostumado a ter um corpo por completo, o fantasma acaba sendo a expressão de uma dificuldade de adaptação a um defeito súbito de uma parte periférica importante do corpo. Além desse fator, o córtex cerebral, que possui um mapa sensorial das partes do corpo, ainda possui uma área de representação da região amputada, o que dificulta o cessar das sensações corporais. Assim, as sensações de membro fantasma são caracterizadas por fatores psíquicos e fisiológicos, que agem, conjuntamente para expressar tal fator.

Dicas de milhões!

Olha as orientações que nosso fisioterapeuta separou para vocês:

  • Orientar a inspecionar o membro residual diariamente;
  • Lavar normalmente com água e sabão e secar bem. Ele deverá estar bem seco antes de enfaixar ou colocar a prótese;
  • Massagear com creme hidratante para evitar a descamação da pele, melhorar a circulação e manter a flexibilidade da pele;
  • Orientar enfaixamento (técnica em oito) e manter sempre enfaixado quando não estiver com a prótese;
  • Não usar almofadas e travesseiros sob o coto quando estiver em repouso, pois isso pode gerar deformidades e encurtamento miotendíneo;
  • Realizar exercícios – alongamento, fortalecimento, equilíbrio – que foram orientados pelo fisioterapeuta intra-hospitalar;
  • Treinar mobilidade, transferências, atividades básicas e instrumentais de vida diária;
  • Dessensibilização do coto, utilizando diversos estímulos sensoriais (água quente e fria, diferentes texturas – escovas, bolas).
  • Orientações sobre acessibilidade domiciliar:
  • Portas com largura mínima de 80 cm, para passar uma cadeira de rodas;
  • Pisos antiderrapantes ;
  • Maçanetas devem ser de alavanca;
  • Rampas com corrimão;
  • Barras de apoio em banheiros;
  • Avaliar cadeira de rodas ou muletas para locomoção.

O restante das fases de reabilitação no amputado (pré-protético, protético e seguimento) geralmente fica sob os cuidados dos profissionais que atuam nas clínicas de reabilitação para amputados.

É fundamental conversar com paciente sobre suas expectativas em relação á prótese, orientar os cuidados diários e estimular o ganho máximo de independência.

E qual é a diferença entre uma prótese convencional e esportiva?

Próteses convencionais x Próteses esportivas

A diferença entre essas próteses são os componentes. A prática esportiva, cada milésimo de segundos fazem diferenças, então esses componentes precisam ser preparados para tal e, além disso, suportar altas cargas. Os pés para próteses convencionais não suporta um nível de impacto muito grande. Já na prótese acima do joelho, as próteses convencionais os atletas são limitados devido à flexo-extensão do joelho, dento em vista que os joelhos para pratica esportiva são praticamente livres de resistência e suporta um nível alto de impacto.

Curiosidades

Você sabia que essa é a lâmina esportiva utilizada pelo nosso paratleta e embaixador João Victor? 

Essa é a Cheetah Xcel, lâmina esportiva de última geração, projetado especificamente para sprints explosivos de curta distância.

A curiosidade principal é a origem, nome e o design dessa lâmina, que veio desse “animalzinho” abaixo.

O guepardo ou chita é um animal da família dos felídeos, ainda que de comportamento atípico, se comparado com outros da mesma família. É a única espécie vivente do gênero Acinonyx. Tendo como habitat a savana, vive na África, península Arábica e no sudoeste da Ásia, sendo o animal mais rápido dos terrestres, podendo chegar até 130 km/h, além de preferir caçar as suas presas através de perseguições a alta velocidade, em vez de táticas como a caça por emboscada ou em grupo, mas por vezes, pode caçar em dupla.

Legal, não é?

Você conhece as principais características de uma prótese esportiva?

Adequada para grandes cargas: Existem altas exigências para uma prótese esportiva. Ela tem de ser, portanto, resistente, e ainda leve e compacta. Além disso, a articulação de joelho tem de conseguir suportar altas cargas, porque as forças que agem em uma prótese são maiores durante a corrida que durante a caminhada.

Fase de balanço ideal: A articulação de joelho das próteses esportivas utiliza um formato modificado do sistema de rotação, ou seja, um controle especial da fase de balanço. Por exemplo, existem adaptações específicas para corrida e o salto.

Alto retorno de energia: O pé de mola de carbono proporciona-lhe um excelente retorno de energia para uma corrida dinâmica que exija menos energia. Em outras palavras a prótese esportiva tem uma “mola” muito melhor na hora de desempenhar sua função.

Vários tipos de esportes: Para jogging, corrida, salto ou caminhada nórdica: com a prótese esportiva, você pode desenvolver completamente seu potencial de desempenho em atividades à sua escolha. São possíveis vários esportes relacionados ao atletismo e à corrida.

Qual a importância da fisioterapia na saúde do idoso

O envelhecimento é uma fase da vida influenciada por diversos fatores e determinantes, como a diminuição das funções fisiológicas e das capacidades físicas – perda de força, massa óssea, flexibilidade, velocidade, redução da massa muscular e aumento da gordura corporal. Essas alterações também podem provocar o aparecimento de doenças, como as cardiovasculares, neurológicas e respiratórias.

Dessa forma, é possível observar uma melhora nas ações do cotidiano e, em alguns casos, o idoso passa a fazer atividades que antes não conseguia, como, por exemplo, caminhadas e atividades de lazer, colaborando para o entendimento e aceitação do processo de envelhecimento, o que reflete diretamente na melhoria do seu estado psicológico.

Para atingir esses objetivos, o fisioterapeuta aplica exercícios terapêuticos adequados para cada indivíduo, como: exercícios de fortalecimento muscular (isométricos e isotônicos); exercícios respiratórios; mobilização passiva e ativa; alongamentos; exercícios em AVD (Atividades de Vida Diária); caminhadas; treino de equilíbrio.

O profissional de Fisioterapia no envelhecimento ativo deve pensar em todos os exercícios de maneira eficaz e simples considerando as limitações e as necessidades de cada um, de modo a traçar uma conduta que seja especial para a prevenção de doenças ou a reabilitação do paciente.

No entanto, o trabalho do fisioterapeuta vai muito além da orientação durante os exercícios. Em primeiro lugar, é preciso desenvolver uma avaliação geriátrica ampla conversando com o paciente.

O objetivo do fisioterapeuta é sempre preservar ou restaurar a funcionalidade, autonomia e independência da pessoa idosa por meio de abordagens e condutas globais, sempre considerando aspectos de origem biológica, psicológica e social de cada indivíduo.

Você já ouviu falar em neuroma?

O fisioterapeuta te explica!

O desenvolvimento de neuromas no coto de amputação é uma causa comum e frequente de dor no coto. Os neuromas podem ser considerados como uma parte normal do processo de cicatrização. Existem dois tipos de neuromas de coto: neuromas terminais e neuromas fusiformes. Quando um nervo é danificado, as células de Schwann periféricas na porção distal do nervo proliferam para que os axônios proximais possam crescer neste novo revestimento de células de Schwann e tentar se reunir. Em uma amputação, não há células de Schwann distais para formar este revestimento. Assim, os axônios proximais crescem e forma um supercrescimento bulboso extremamente sensível, denominado neuroma terminal. Os neuromas fusiformes são encontrados longe da terminação nervosa seccionada em um nervo periférico que foi exposto a microtrauma por estiramento ou compressão por tecido cicatricial local.


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